Aprendizados na tarefa de orientar

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Aprendizados na tarefa de orientar: ativistas pela não-violência trabalhando para entender identidades no Movimento Humanista. Sabine Mendes Lima Moura. Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da PUC-Rio.

Sabine Mendes Lima Moura: Ativista voluntária no Movimento Humanista, cineasta e professora de Língua Inglesa com Bacharelado em Comunicação Social/Cinema pela UFF (2004), Especialista em Língua Inglesa pela Universidade Veiga de Almeida (2005) e cursando Licenciatura Curta em Letras Português/Inglês pela Universidade Veiga de Almeida. Atua na área de ensino de língua estrangeira como professora e coordenadora pedagógica desde 1998. Coordena projetos voluntários na área de Educação, Qualidade de Vida e Vídeo.

Esta pesquisa, que inclui todos os membros de uma equipe do Movimento Humanista no Rio de Janeiro, inclusive a autora desta dissertação como pesquisadora-praticante, está orientada pelos princípios da Prática Exploratória (Allwright, 2003). Caracteriza-se pelo trabalho para entender como são co-construídas as identidades dos que exercem a função de orientadores e são responsáveis pela construção de equipes de trabalho. Os dados para análise foram construídos a partir de Atividades com Potencial Exploratório realizadas no dia-a-dia da equipe, bem como anotações em diário de campo. Tais dados geraram narrativas (Bastos, 2005) calcadas na aprendizagem que cada um dos membros representava ter alcançado a partir de sua experiência. Para a análise, foram utilizados os seguintes conceitos: a) identidade na prática (Wenger, 1998); identidades pessoais, sociais e coletivas (Snow, 2001); c) estrutura avaliativa secundária em narrativas (Antonio, 2004) e coerência global e temática no estudo de narrativas (Agar e Hobbs, 1982). O trabalho-para-entendimento gerou a proposta de que as estórias apresentadas nesta pesquisa servem como compensação das dificuldades pessoais dos participantes, além de cumprirem com o papel de fortalecerem nossa identidade coletiva ao serem compartilhadas. Os dados também sugerem temas emergentes como a questão da alteridade, da hierarquia interna, da imagem como estruturadora da realidade (Silo, 1999), além de destacarem tendências discursivas relacionadas à coerência da ação da equipe. A reflexão gerada neste trabalho levou os participantes à uma conscientização em relação a sua construção identitária, além de criar diferentes âmbitos de participação em uma ação reflexiva conjunta acerca de atitudes e crenças.