Lavrando novos caminhos - VI Simpósio Internacional 2018 - Lima, Peru

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O que falha é o sistema!

A mudança está na ação humana organizada!

Chegamos a este VI Simpósio Mundial num momento em que sofremos as consequências de uma crise sistêmica global que está levando a espécie humana ao risco de sua extinção. Falamos da “crise de sistema” para nos referirmos ao fracasso desse conjunto de valores, normas, políticas, ações que operam como substrato de crenças e atitudes (transfundo psicossocial) em favor dos interesses de uma ínfima, ainda que poderosa, elite mundial, que impõe as regras do jogo, organiza o poder que submete os Estados, as instituições e os indivíduos. Um sistema que coloca o capital e a acumulação como valor central e que ainda se sustenta sem o questionamento de uma parte importante da população mundial.

Essa desestruturação social global se manifesta na injustiça distribuição de riqueza que condena à marginalização, à fome e ao futuro incerto, milhões de pessoas. Um informe recente da Oxfam alerta que em 2017 82% da riqueza mundial gerada no ano foi parar nas mãos dos 1% mais ricos da população mundial. Esta desestruturação se manifesta igualmente na violência crescente, acompanhada de intervenções militares das grandes potências e o correlato terrorismo, na magra ação contra as mudanças climáticas e no estilo de vida consumista insustentável que põe em risco a casa comum. As maiores consequências são sofridas pelos mais pobres e, sobretudo, no fracasso do neoliberalismo, modelo econômico que mostrou sua verdadeira faceta e contradições ao gerar duas crises financeiras internacionais que golpearam a economia mundial produzindo um enorme desemprego e a proliferação da corrupção.

Na América Latina, essa realidade se expressa em instituições que vão perdendo credibilidade e começam a sucumbir socavadas pela corrupção, em meio à debilitação da democracia e à perda de direitos das populações; associações público-privadas, em particular, tem mostrado seu pior aspecto, dado os grandes escândalos de corrupção que as envolvem. Apesar de vários países terem realizado importantes esforços na última década, para promover um melhoramento da qualidade de vida das populações e reduzir a pobreza extrema, através dos chamados programas sociais, o mito do crescimento se expandiu em base ao consumo, produzindo em diversos lugares fortes restrições dos direitos sociais (saúde, educação, seguridade social) e o crescimento do desemprego.

Sentimos ao mesmo tempo com esperança o surgimento de uma nova sensibilidade que está emergindo das necessidades profundas de diversos grupos humanos, intenções que vão lavrando novos caminhos e nos orientando à construção de uma nova sociedade planetária na qual o ser humano emerge como valor central frente ao poder do capital. Assim podemos ver a admirável resistência de importantes setores dos movimentos sociais de diversas partes do mundo em defesa de seus direitos como é o caso do movimento das mulheres e dos jovens; nas tremendas manifestações contra as transnacionais e governos que vêm ensaiando com êxito outras formas de institucionalidade. Da mesma maneira, podemos ver como se expandem iniciativas nas quais se põe adiante o “nós” e se desloca o dinheiro como valor central da sociedade.

Neste momento, o VI Simpósio busca aprofundar a compreensão das raízes desta crise sistêmica, promover o intercâmbio de experiências e a reflexão sobre novos caminhos que nos conduzam até outro modo de vida e de sociedade, com as mudanças que necessitamos fazer e como realizá-las do modo mais efetivo possível.

Depende de nós! Somos 99% da população! Hoje mais que nunca temos a necessidade de propor e desenvolver estratégias que nos conduzam à grande mudança que queremos promover na sociedade latino-americana e mundial.

O Centro Mundial de Estudos Humanistas propõe este Simpósio como âmbito privilegiado de intercâmbio, pois só a comunicação e a ação conjunta permitiram construir o futuro querido pelo espírito humano, o nascimento de uma Nação Humana Universal cujo indignado clamor já está nas ruas e praças de todos os países do mundo.

 

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